Seguem, abaixo, os dois poemas escolhidos pelo grupo que tem a poesia de Henriqueta Lisboa por objeto: SERENA Essa ternura grave que me ensina a sofrer em silêncio, na suavi- dade do entardecer, menos que pluma de ave pesa sobre meu ser. E só assim, na levi- tação da hora alta e fria, porque a noite me leve, sorvo, pura, a alegria, que outrora, por mais breve, de emoção me feria. SOFRIMENTO No oceano integra-se (bem pouco) uma pedra de sal. Ficou o espírito, mais livre que o corpo. A música, muito além do instrumento. Da alavanca, sua razão de ser: o impulso, Ficou o selo, o remate da obra. A luz que sobrevive à estrela e é sua coroa. O maravilhoso. O imortal. O que se perdeu foi pouco. Mas era o que eu mais amava.
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